Querido Adolescente,
A “agressividade” é a força que permite proteger-nos das ameaças e vencer o medo diante do desconhecido.
É um comportamento inato de defesa e essencial à sobrevivência de todos os seres vivos. Sem o impulso da agressividade, ficaríamos à mercê das injustiças, da dominação, das humilhações e do medo que nos deixam sem ação.
Já a violência caracteriza-se pelo uso da força física ou poder, em forma de ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulta ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação (OMS).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todas as crianças e adolescentes devem ser protegidos pela família e pelo estado e estar livres de qualquer ato de violência.
Deus, quando acabou de criar o universo olhou, e viu que tudo era bom (Gn1.31). De onde provem a violência? A violência é um produto das sociedades que as criam, e todos estamos expostos a ela como agressores, vítimas ou espetadores. A pessoa agressora é aquela que está fora do seu natural estado, num estado de raiva e brutalidade.
A violência opõe-se à ética e à moral porque fere a dignidade e o respeito do outro. Qualquer forma de violência deve ser denunciada junto dos órgãos competentes.
Há violência atuada, sofrida, autoagressiva (suicídio, mutilação) e a heteroagressiva (o ambiente familiar, educativo ou social onde o adolescente está inserido).
Quanto ao tipo de violência temos:
As causas da violência são relacionadas com a fragilidade e vulnerabilidade do adolescente (vítima), dificuldade em reagir ao ataque (agressão física ou sexual) e à impunidade de quem o pratica.
Por todo o mundo há muitos adolescentes a perder a vida por envolvimento com violência quer como agressores ou vítimas e nos países em desenvolvimento, a violência contra as meninas atinge grandes proporções e diversas formas, nomeadamente a agressão física, a violência sexual e a obrigação ao casamento prematuro que atentam a sua liberdade.
A violência não é especifica da adolescência, muito embora hajam adolescentes que individualmente ou em grupo (coesão) praticam atos violentos. A exposição à violência familiar (castigos, insultos, agressões), o desamparo dos pais, “a criança narcisista”, a ausência de limites, a dificuldade em lidar com os valores sociais priorizados pela cultura, a injustiça, a pobreza e exclusão social e o acesso às armas são fatores potenciadores do comportamento violento.
A transição de vida que atravessas predispõe-te à violência, face às mudanças no corpo, à novidade da puberdade, às escolhas a fazer (vontade e a possibilidade) que podem levar à instabilidade e à reação com exercício da violência, perante uma ameaça ou sentimento de abandono.
É necessário aprenderes a conter, canalizar e dominar a agressividade que está dentro de ti. O suporte familiar e a existência de adultos maduros no círculo de convivência (professores, catequistas, amigos mais velhos) que sirvam de referenciais para ti ambos essenciais para a prevenção da violência.
Tu necessitas que os teus pais e outros educadores usem de firmeza e não se destruam face à violência praticada pelos filhos ou educandos, ajudando-os a saber conter e elaborar a agressividade positivamente. É aconselhável que os pais e educadores peçam ajuda (psicologia, terapia familiar) quando houver necessidade, antes que se esgotem.
A ONU proclamou em 2000 o Ano Internacional da Cultura de Paz, uma mobilização mundial para transformar os princípios da cultura de paz em ações concretas.
Uma cultura de paz é a forma eficaz para combater a violência. Chama-se cultura da paz ao conjunto de valores e atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados no respeito à vida (da concepção até à morte), fim da violência e promoção e pratica da não violência por meio do diálogo e da cooperação.
Independentemente de um passado de agressão, podemos optar pela não violência, respondendo à violência sofrida com amor, perdão e reconciliação.
Algumas medidas para te tornares um agente da cultura de paz no teu espaço:
Sabias que o individualismo e a competição enfraquecem as pessoas e as comunidades e que, perante uma crise, a comunidade é tanto mais resiliente quanto maior for a cooperação e apoio mútuo entre as pessoas.
Vale a pena cultivares convivências baseadas na empatia, na compaixão e na solidariedade, de modo a valorizares a diversidade de experiências, o diálogo e a cooperação.
Para informação adicional sobre a temática pode contactar-nos pelo email
Campanha_CRESCERBONITO_ De mãos dadas com minha adolescência