A aplicação do MAIEC no contexto do status nutricional infantil em Moçambique

A matriz do referencial teórico do Modelo de Avaliação Intervenção e Empoderamento Comunitário (MAIEC) e a comunidade como unidade de cuidados para o enfermeiro aliado ao status nutricional de crianças e idade pré-escolar em numa comunidade em Moçambique foi o objeto de estudo da missionária Isabel Sousa no âmbito do mestrado em enfermagem. 

A missionária Isabel Sousa partiu para Moçambique em Agosto 2018 com um objetivo concreto de melhorar a Gestão Comunitária e o Status nutricional de uma comunidade escolar, na Associação Centro Dia Mães da Paróquia de Mavalane (ACDMPM), paróquia Senhora Aparecida de Mavalane.

O trabalho decorreu no período de setembro de 2018 a janeiro de 2019, sob a direção do P. Anastácio Jorge, SMBN, a tutoria da Dra Matilde Dimande, Enfermeira Diretora do Hospital Central de Maputo e orientação do Prof. Doutor Pedro Melo, Universidade Católica Portuguesa, no contexto de estágio, especialidade em Enfermagem Comunitária.

A missão ad gentes exige aperfeiçoamento e melhoria das competências humanas, técnicas, científicas com o intuito de melhor responder aos desafios do seculo XXI para uma Igreja verdadeiramente em saída.

Uniu-se nesta missão o CUIDAR da Pessoa, a comunidade escolar, como unidade de cuidados e o trabalho pastoral nas paróquias de Senhora Aparecida e Senhora da Esperança.

Foram identificados os diagnósticos de Enfermagem no Foco Gestão Comunitária comprometida e Status Nutricional comprometido nas crianças que frequentam as escolinhas da ACDMPM, no bairro Mavalane, Maputo.

O processo de colheita de dados realizado através da avaliação antropométrica das crianças disponíveis e da aplicação de formulário sobre gestão comunitária relacionada alimentação saudável aos educadores e encarregados de educação.

Os educadores colaboraram bastante, colocavam questões e as mais diversas preocupações.

Constatamos que 51% das crianças estão desnutridas e 10% em desnutrição severa e um nível de empoderamento comunitário muito baixo (encarregados de educação e educadores). Estes e outros dados podem ser apreciados no trabalho científico publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health cujo título é Descriptive Study of Children’s Nutritional Status and Identification of Community-Level Nursing Diagnoses in a School Community in Africa.

Formação de Educação para a Saúde para educadores e encarregados de educação, criação de uma comissão AMAIS (amigos da alimentação infantil saudável) com representantes dos líderes comunitários, um veículo de comunicação (facebook e sms), e ainda a parceria da ACDMPM com o Instituto Ciências da Saúde para apoiar a saúde infantil foram algumas das ações desenvolvidas.

O empoderamento comunitário enquanto processo e resultado revelou-se como uma ferramenta válida para proporcionar à comunidade capacidade para tomar as decisões para as questões da saúde da criança.

A saúde escolar é uma área pouco trabalhada, no contexto moçambicano, pelos cuidados de saúde primários. É necessário mais missionários e um trabalho sistemático nas áreas da enfermagem e nutrição para que o flagelo da desnutrição infantil atinja o seu fim.

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